A apnéia é um dos distúrbios respiratórios mais frequentes no periodo neonatal. Se não for reconhecida rapidamente, o bebê pode evoluir com bradicardia e cianose, correndo risco de vida. Ocorre com mais frequencia em bebês de baixo peso. O tratamento deve ser farmacológico. O tratamento mais utilizado sempre foi com aminofilina, porém, nos dias de hoje, sabemos que a cafeína tornou-se a droga de escolha. A cafeína possui meia vida mais longa, isso possibilita que a dose seja administrada apenas 1 vez ao dia, ao contrário da aminofilina que deve ser administrada em torno de 3 vezes ao dia. A aminofilina possui janela terapêutica estreita, ou seja, a dose tóxica é muito próxima da dose terapêutica. Com isso, para obtermos um uso seguro de aminofilina, recomenda-se o controle através da dosagem do nível sérico, que deve ser realizado sempre no "vale". Estudos indicam que a cafeína proporciona menos efeitos adversos do que a aminofilina. O único problema é que no Brasil ainda não dispomos de uma forma comercial em ampola para ser adquirida. Porém, existem alguns laboratórios de manipulação de injetáveis que produzem a cafeína na forma de citrato sob encomenda. A dose recomendada de citrato de cafeína para tratar apnéia neonatal é de 20 mg/kg/dia (dose de ataque), seguida de 5 mg/kg/dia (dose de manutenção).