sábado, 27 de agosto de 2011

Interação Medicamentosa - Valproato + Meropenem

Pacientes que fazem uso crônico de medicamentos devem sempre lembrar de que as interações medicamentosas existem e podem ocorrer, mesmo quando se faz uso há muito tempo de determinados medicamentos. Um medicamento de uso crônico, que já está com sua dose estabilizada e confirmada através do nível sérico, pode desestabilizar no momento em que uma nova terapia for agregada. Um exemplo disso é o caso dos pacientes que fazem uso de valproato de sódio. Se este paciente apresentar uma infecção e precisar receber por exemplo, meropenem ou ertapenem, deve-se ficar atento, pois estes antibióticos podem diminuir o nível sérico de valproato. Já verifiquei esta interação na prática, e, para que o paciente não corra o risco de ter uma crise epiléptica, deve-se substituir o antibiótico ou o anticonvulsivante. Ao realizar a substituição, sempre devemos verificar se uma nova interação não poderá ocorrer.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Cafeína e Aminofilina em apnéia neonatal

A apnéia é um dos distúrbios respiratórios mais frequentes no periodo neonatal. Se não for reconhecida rapidamente, o bebê pode evoluir com bradicardia e cianose, correndo risco de vida. Ocorre com mais frequencia em bebês de baixo peso. O tratamento deve ser farmacológico. O tratamento mais utilizado sempre foi com aminofilina, porém, nos dias de hoje, sabemos que a cafeína tornou-se a droga de escolha. A cafeína possui meia vida mais longa, isso possibilita que a dose seja administrada apenas 1 vez ao dia, ao contrário da aminofilina que deve ser administrada em torno de 3 vezes ao dia. A aminofilina possui janela terapêutica estreita, ou seja, a dose tóxica é muito próxima da dose terapêutica. Com isso, para obtermos um uso seguro de aminofilina, recomenda-se o controle através da dosagem do nível sérico, que deve ser realizado sempre no "vale". Estudos indicam que a cafeína proporciona menos efeitos adversos do que a aminofilina. O único problema é que no Brasil ainda não dispomos de uma forma comercial  em ampola para ser adquirida. Porém, existem alguns laboratórios de manipulação de injetáveis que produzem a cafeína na forma de citrato sob encomenda. A dose recomendada de citrato de cafeína para tratar apnéia neonatal é de 20 mg/kg/dia (dose de ataque), seguida de 5 mg/kg/dia (dose de manutenção).

domingo, 17 de abril de 2011

Atenção farmacêutica ao paciente asmático

Hoje em dia, o número de pessoas com problemas respiratórios tem aumentado, principalmente nas grandes cidades, devido ao agravamento da poluição e mudanças climáticas. O tratamento para asmáticos se dá muitas vezes, por meio de dispositivos inalatórios (spay, turbuhaler, handihaler, etc). O tratamento com corticóide inalatório de mostra muito eficaz, e melhor ainda com broncodilatador associado. O único problema é que estes dispositivos nem sempre são fáceis de se utilizar, e, dependendo da situação, acaba ocorrendo descontinuação do tratamento. Nesta hora, cabe ao farmacêutico realizar um acompanhamento mais de perto com este tipo de paciente. Além da orientação quanto ao uso,  deve-se dispor de um instrumento de medida (algoritmo) para que se possa avaliar se o paciente está fazendo uso de maneira correta destes medicamentos. Minha monografia da especialização foi neste tema, e, posso afirmar que dos pacientes que acompanhei, 100% têm dificuldade em utilizar dispositivos spray (bombinhas) sem o espaçador. Já os dispositivos tipo handihaler e turbuhaler, apesar de parecerem mais complexos, permitem que o paciente faça uso de forma correta após uma boa orientação do farmacêutico.

terça-feira, 29 de março de 2011

Imunossupressores e teratogenicidade

Os medicamentos imunossupressores são esquema terapêutico básico para qualquer paciente transplantado, porém, vale lembrar que estes medicamentos possuem propriedades teratogênicas. Em hospitais onde existem muitos pacientes que fazem uso destes medicamentos, a equipe de enfermagem deve estar preparada na hora da medicação. Por exemplo, se um paciente toma meio comprimido de determinado imunossupressor, e a farmácia do hospital não manda fracionado, caberá a enfermagem fazê-lo. Como estes medicamentos são teratogênicos e muitas vezes citotóxicos, os cuidados devem ser os mesmos que tomamos para com medicamentos desta classe. Ao partir um comprimido, partículas ficam dispersas no ar, e, com o passar do tempo, ao inalar diversas vezes estas partículas, estaremos mais sucetíveis a desenvolver doenças em decorrência da citotoxicidade. Mulheres grávidas não devem manipular estes medicamentos, devido ao risco de teratogenicidade. O ideal é dispor de um ambiente com fluxo laminar para que se possa fracionar estas doses.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Anamnese Farmacêutica em Neonatologia

Sempre que estudamos sobre anamnese farmacêutica, lembramos que devemos ter um formulário padronizado que contemple perguntas simples de serem respondidas em um curto espaço de tempo. A anamnese deve proporcionar ao farmacêutico conhecer toda a história do paciente, principalmente no que diz repeito ao tratamento farmacológico já utilizado. Por isso, torna-se de extrema importância para aqueles que trabalham com neonatos, que fiquem atentos ao detalhe de que, nestes casos, além de realizar a anamnese do bebê, é necessário também investigar a mãe do bebê, principalmente se ela ainda estiver amamentando, pois a grande maioria dos medicamentos pode passar para o bebê através do leite materno. Muitas mães desconhecem que isso pode ocorrer, por isso, além de realizar a anamnese, torna-se importante que seja realizado um trabalho de orientação destas mães, para que elas possam utilizar medicamentos de forma segura, sem prejudicar seu tratamento e a saúde do bebê.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011